Conodontes (Nascimento, 2008) |
Os Conodontes começaram a
ser descritos em 1856, em uma assembléia fossílifera extremamente abundante e
com grande expressão mundial. O material era uma incógnita para os cientistas,
pois a única parte preservada eram uma espécie de mandíbula, compostas por
fosfato de cálcio – apatita -, pois era o tecido duro dos conodontes. Apenas em
1983 foram encontrados espécimes com seus tecidos moles preservados, esclarecendo
o mistério dos conodentes. Sua preservação está associada a soterramento lento
marinho, sendo encontrado em diversos litotipos, sendo predominantemente
encontrados em folhelhos marinhos.
fóssil de conodontes (Nascimento, 2008) |
Estes animais compõem um
grupo extinto de cordados primitivos, com forma de enguia, olhos grandes, com
estruturas como notocorda e miomêros preservados. São animais marinhos com
cerca de 40mm de comprimento, predadores, natantes e livres. A única porção
mineralizada destes animais, são peças denticuladas que são tão comuns ao redor
do mundo, que são utilizados para bioestratigrafia para datação e correlação de
unidades. Também são bons indicadores de condições paleogeografias, pois algumas
espécies viviam em águas profundas, em ambientes redutores de salinidade
normal, enquanto outros viviam em águas rasas, oxigenadas e com salinidade
variada.
Muito foi discutido sobre a
qual filo os Conodontes estariam inseridos, atualmente são colocados entre os
vertebrados mais primitivos, no filo Chordata. Sendo sua distribuição temporal
limitada entre o Paleozóico e o início do Mesozóico, ou seja do Cambriano
Superior ao Triássico Superior, sendo ótimos fósseis guias da Era Paleozóica.
Reconstrução de um conodonte (Jockyman, 2002) |
Em seu registro há
vestígios e uma cabeça primitiva com olhos, onde se encontravam os elementos
conodontes – os tais dos dentículos -, um tronco dividido e uma série de
segmentos musculares em forma de V e uma região caudal que sugere uma barbatana
caudal. O tronco apresenta duas linhas paralelas que são difíceis de
interpretar.
Diferenças dentro do
aparelho alimentar dos conodontes gerou uma classificação diferenciada,
facilitando a associação temporal e bioestratigráfica entre as diferentes
espécies dos conodontes, gerando biofácies bem definidas. Assim sendo, a partir
da associação de espécimes de conodontes encontrados é possível toda a
reconstrução ambiental e deposicional.
Curiosidade: A indústria petrolífera utiliza o IAC – índice de
alteração de cor, presentes nas amostras dos espécimes como indicadores
termais, facilitando o estudo da maturação da matéria orgânica.
Referências:
Briggs, D. E. G., Clarkson, E. N. K.;
Aldridge, R. J. 1983. The conodont animal. Lethaia 16, 1-14.
Jockyman, K. 2002. Estudos
biocronoestratigráficos, Paleocológicos, de Índice de Alteração de cor e
microfácies carbonáticas em calcários da região do tapajós, Bacia do Amazonas,
com base em microfósseis conodontes. Monografia (trabalho de conclusão de
curso). Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre
Nascimento, S. 2008. Conodontes e a cronoestratigrafia da base da
seção Pensivaniana, na região de Itaituba, porção sul da Bacia do Amazonas,
Brasil. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre
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