domingo, 21 de junho de 2015

Os famosos conodontes

Conodontes (Nascimento, 2008)
Os Conodontes começaram a ser descritos em 1856, em uma assembléia fossílifera extremamente abundante e com grande expressão mundial. O material era uma incógnita para os cientistas, pois a única parte preservada eram uma espécie de mandíbula, compostas por fosfato de cálcio – apatita -, pois era o tecido duro dos conodontes. Apenas em 1983 foram encontrados espécimes com seus tecidos moles preservados, esclarecendo o mistério dos conodentes. Sua preservação está associada a soterramento lento marinho, sendo encontrado em diversos litotipos, sendo predominantemente encontrados em folhelhos marinhos.



fóssil de conodontes (Nascimento, 2008)
Estes animais compõem um grupo extinto de cordados primitivos, com forma de enguia, olhos grandes, com estruturas como notocorda e miomêros preservados. São animais marinhos com cerca de 40mm de comprimento, predadores, natantes e livres. A única porção mineralizada destes animais, são peças denticuladas que são tão comuns ao redor do mundo, que são utilizados para bioestratigrafia para datação e correlação de unidades. Também são bons indicadores de condições paleogeografias, pois algumas espécies viviam em águas profundas, em ambientes redutores de salinidade normal, enquanto outros viviam em águas rasas, oxigenadas e com salinidade variada.

Muito foi discutido sobre a qual filo os Conodontes estariam inseridos, atualmente são colocados entre os vertebrados mais primitivos, no filo Chordata. Sendo sua distribuição temporal limitada entre o Paleozóico e o início do Mesozóico, ou seja do Cambriano Superior ao Triássico Superior, sendo ótimos fósseis guias da Era Paleozóica.

Reconstrução de um conodonte (Jockyman, 2002)


Em seu registro há vestígios e uma cabeça primitiva com olhos, onde se encontravam os elementos conodontes – os tais dos dentículos -, um tronco dividido e uma série de segmentos musculares em forma de V e uma região caudal que sugere uma barbatana caudal. O tronco apresenta duas linhas paralelas que são difíceis de interpretar.

Diferenças dentro do aparelho alimentar dos conodontes gerou uma classificação diferenciada, facilitando a associação temporal e bioestratigráfica entre as diferentes espécies dos conodontes, gerando biofácies bem definidas. Assim sendo, a partir da associação de espécimes de conodontes encontrados é possível toda a reconstrução ambiental e deposicional.

Curiosidade: A indústria petrolífera utiliza o IAC – índice de alteração de cor, presentes nas amostras dos espécimes como indicadores termais, facilitando o estudo da maturação da matéria orgânica.


Referências:


Briggs, D. E. G., Clarkson, E. N. K.; Aldridge, R. J. 1983. The conodont animal. Lethaia 16, 1-14.

Jockyman, K. 2002. Estudos biocronoestratigráficos, Paleocológicos, de Índice de Alteração de cor e microfácies carbonáticas em calcários da região do tapajós, Bacia do Amazonas, com base em microfósseis conodontes. Monografia (trabalho de conclusão de curso). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre

Nascimento, S. 2008. Conodontes e a cronoestratigrafia da base da seção Pensivaniana, na região de Itaituba, porção sul da Bacia do Amazonas, Brasil. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre





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