Quase que a totalidade dos espécimes
encontrados, provém da Groelândia, da Formação Famennian, e nenhum está completo. Porém a superposição das
partes encontradas permitem a reconstrução quase que total do esqueleto,
faltando apenas as patas dianteiras.
Cabeça de um Ichtyostega Photo J. A. Clack. Copyright © 1997 University Museum of Zoology, Cambridge. |
Pode-se dizer que o Ichthyostega
é uma mistura de peixe e anfíbio, dentro dos tetrápodes basais, sendo uma
espécie primitiva aos labirintodontes, que em sua forma adulta apresenta 1,5m
de comprimento. O crânio, a dentição e algumas partes da cauda se assemelham a
um grupo de peixe chamado Rhipidistia (os
precursores dos animais de quatro patas). Contudo diferentemente da maioria dos
tetrápodes o Ichthyostega teria sete
dígitos e não cinco, além disso o posicionamento os membros anteriores e
posteriores, não estariam verticalizados e sim direcionados para região
posterior. Por fim, a coluna vertebral não seria tão homogênea quanto deveria,
mas já possuía uma regionalização.
Os sete digitos encontrados. Photo M. Coates. Copyright © 1997 University Museum of Zoology, Cambridge. |
A inclinação dos
arcos neurais das vértebras, levou os pesquisadores a concluírem que o Ichthyostega perdeu muito da mobilidade
lateral – comum aos peixes – e ganhou uma considerável movimentação
dorso-ventral (pra cima e para baixo). Possibilitando o animal a movimentar-se
de duas maneiras uma semelhante os peixes e outra semelhante as lagartas.
Evolução dos tetrápodes no Devoniano |
Mesmo que ainda vivesse predominantemente na água, o Ichthyostega tinha a capacidade de se locomover
de maneira desajeitada. São principais representantes fósseis foram encontrados
em depósitos de antigos rios meândricos, que corriam através de florestas de
licófitas e sambaias. Que para alguns autores acabaram gerando lagos restritos,
devido a seca que ocorria no período, o que seria fundamental para a procura à
terra firme, contudo essa hipótese foge dos motivos adaptativos que geralmente
se espera em mudanças anatômicas de tal significância.
Referências:
Benton, M. J. 2006. Paleontologia de
Vertebrados. Cap. Os primeiros anfíbios. p. 74-105. Atheneu Editora, 3 ed. São Paulo.
Clack, J.A. 2002. Gaining Ground: The Origin and Early
Evolution of Tetrapods. Bloomington: Indiana Univ. Press.
Janvier, P. 1996. Early Vertebrates. Oxford:
Claredon Press.
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