domingo, 21 de junho de 2015

CONHECENDO O CLOUDINA

* Os dados transcritos aqui foram retirados da tese de Meira (2011)

            O Cloudina é um dos primeiros metazoários que viveram no planeta Terra, sendo também um dos primeiros organismos a apresentarem um esqueleto biomineralizado  (concha).
            Por possuir ampla distribuição espacial e curta distribuição temporal são excelentes fósseis-guia para o período Ediacarano (635 – 541 Ma), limite entre o Proterozóico e Fanerozóico.


            O Cloudina é uma concha calcária tubular reta, curva ou sinuosa, aberta em sua porção distal e oclusa na porção proximal, composta por sucessivos segmentos em forma de tronco ou cone.


            O gênero Cloudina ocorre em 12 localidades, principalmente em rochas carbonáticas. No Brasil se encontra as espécies Cloudina lucianoi, nos calcários da Formação Temengo, Grupo Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Análises geocronológicas a partir de zircão em tufos vulcânicos da Namíbia permitiram limitar a biozona do Cloudina em 549 a 542 Ma



            Estratigrafia do Grupo Corumbá


            Os padrões tafonômicos da época de surgimento desses fósseis são muito simples, foi um dos primeiros organismos a contribuir material como bioclastos para o regime sedimentar. A estrutura simples desse gênero não permite resgatar a mesma gama de informações como as de organismos conchíferos do Fanerozóico.

            Perfurações descritas em Cloudina da Formação Dengying (China), consiste na única evidencia de predação no Pré-Cambriano.


            Com base na morfologia da concha se propôs que o organismo era bentônico, ereto, parcialmente ancorado em sedimentos selados por esteiras microbianas. O hábito gregário associado as grandes acumulações com estromatólitos e trombólitos, apoiam a ideia de que os novos segmentos ocorriam de modo episódico, acompanhando a sedimentação do ambiente.
            As observações sugerem uma comunidade composta por organismos filtradores ou microcarnívoros, oportunistas, cujo hábito gregário favoreceu a competição por espaço e estabilização no substrato.

            O limite Ediacarano – Cambriano é representado por um importante evento de extinção, causado por um extenso evento de anoxia dos mares. No Cambriano houve a chamada “explosão da vida” resultando numa grande irradiação de organismos.

A concha

            Pesquisas mostram uma relação direta da razão Ca/Mg nos oceanos e a mineralogia do carbonato adotado pelos primeiros organismos. Dentre as hipóteses levantadas, os esqueletos surgiram como resposta à supersaturação do meio em cálcio dos oceanos proterozóicos. Isso favoreceu a estabilização dos organismos nos substratos além de ser um mecanismo de proteção contra a predação.



* Se quiser baixar a tese clique aqui

           


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